PREÇO DO CAFÉ DEVE SUBIR A PARTIR DO SEGUNDO SEMESTRE

Os
preços globais do café deverão reagir no médio e no longo prazo, passando dos
atuais níveis, que estão abaixo de 120 centavos de dólar por libra-peso,
conforme o café arábica negociado na Bolsa de Nova York, para uma faixa de até
133 centavos de dólar por libra-peso entre o último trimestre de 2018 e o
primeiro de 2019.

A
projeção é do Rabobank e foi apresentada pelo analista sênior do banco,
Guilherme Morya, na Feira Nacional da Irrigação em Cafeicultura (Fenicafé
2018), em Araguari (MG).

De
acordo com ele, no curto prazo, uma reação é difícil. “No segundo semestre, com
a consolidação da safra brasileira, ou seja, sem mais especulação a respeito de
uma supersafra, e com a tendência dos estoques globais começarem a ser
consumidos, esperamos uma reação nos preços”, apontou.

O
mercado global de café passa por um déficit de oferta na safra 2017/18, tanto
de arábica como de robusta. Já para o ano que vem, muito por conta do
crescimento esperado na safra brasileira, haverá um superávit de arábica,
enquanto o robusta deve ficar “empatado em zero a zero”.

“Assim,
teoricamente, os preços deveriam estar subindo. No entanto, não é isso o que
está acontecendo. Muito pelo contrário, até está caindo, rompendo a barreira
dos 120 centavos de dólar por libra-peso em Nova York”, disse o analista.

Os
preços não reagem, segundo ele, porque os estoques internacionais ainda estão
amplos. O Rabobank, inclusive, estima uma queda de até quatro milhões de sacas
na temporada global que encerra em outubro. “No entanto, a queima de estoques
esperada para janeiro foi pouca, no Japão e nos Estados Unidos, enquanto que na
União Europeia houve aumento. Ou seja, os estoques ainda não caíram, e este é o
primeiro fator que evita uma reação nos preços”, disse.

O
segundo ponto é a grande participação de fundos não comerciais na bolsa, que
seguram um grande volume de contratos vendidos. Esses agentes não são
produtores e eles continuam apostando que os preços do café vão cair. “A
participação desses agentes neste momento está pressionando os preços”,
assinalou o analista do Rabobank.

(Fontes: Café Point/Agência Safras)