MUDANÇAS CLIMÁTICAS AFETAM PRODUÇÃO DE CAFÉ

A safra 2019/2020 tem preocupado
produtores, já que não será recorde e nem próxima ao volume colhido no País no
ano passado. Segundo o Conselho Nacional do Café (CNC), o cenário foi
diagnosticado por conta da descapitalização dos produtores, em função dos baixos
preços e mudanças climáticas.

“A falta de recursos dos
cafeicultores fez com que diminuíssem os tratos culturais, que ficaram aquém do
ideal nas lavouras, o que reduzirá a produtividade para a colheita de 2020”,
explica Silas Brasileiro, presidente do CNC.

De acordo com ele, o clima afetou
o rendimento da safra atual e também impactará o desempenho da futura. “As
condiçoes climáticas não foram normais recentemente, com chuvas em períodos
invertidos, ocorrência de geadas em algumas regiões e temperaturas e umidade
mais elevadas no inverno”, afirma.

As adversidades influenciaram a
produção, sendo inferior à média. “Neste ano, a falta de precipitaçoes na fase
de desenvolvimento e a ocorrência delas na colheita do café, além do impacto da
geada em algumas áreas do cinturão produtor, prejudicaram a qualidade e,
consequentemente, diminuíram a renda do produtor”, relata Silas. “Para 2020,
com a descapitalização e os menores tratos, a geada e as condiçoes atípicas do
clima, temos notado desfolha e amarelecimento das folhas nos cafezais, o que
reduz o potencial produtivo e nos permite garantir que não veremos safra
recorde”, completa.

O inverno atípico trouxe doenças
como a ferrugem, que normalmente ataca no verão, podendo prejudicar a safra.
Diante desse cenário, Silas lembra que o volume recorde produzido pelo Brasil
em 2018 serviu para suprir a safra menor deste ano, que deve fechar ao redor de
50 milhões de sacas.

“Com esse equilíbrio entre as
safras, não veremos excedente significativo na oferta mundial e as cotaçoes do
café devem começar a se recuperar. Passada a turbulência, vislumbro um período
bom para os cafeicultores brasileiros, que, por terem investido em pesquisa e
assistência técnica, conseguem enfrentar a crise melhor que seus concorrentes. Assim,
o Brasil manteve e poderá até ampliar sua participação no mercado mundial e
nossos produtores voltarão a ter uma atividade dignamente rentável”, conclui.

(Fonte: Café Point com informaçoes
do CNC)