CHUVAS DE NOVEMBRO PODEM PROPICIAR UMA SAFRA 2020/2021 POSITIVA

Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 87 – nº 4

Os contratos de café na ICE Futures US oscilaram pouco até
23/01. Na sexta-feira (24/01) recuaram 245 pontos nos contratos para março
próximo e acabaram levando o balanço da semana para o negativo. O mercado
físico brasileiro continuou calmo, com baixo volume de negócios fechados, porém
com bastante interesse comprador. Os produtores que deixaram para vender parte
de sua produção no início de 2020 vêm colocando lotes no mercado, mas as bases
de preços oferecidas pelos compradores não os animam a fecharem negócios.
Existe uma diferença de 15 a 20 reais entre o valor das ofertas dos compradores
e o preço pedido pelos cafeicultores.

Estamos no início da entressafra brasileira e é pouco o café
em mãos de produtores. Faltam seis meses de embarques neste ano-safra e assim
nossos cafeicultores, cientes dos baixos estoques existentes, recusam as
ofertas atuais. Querem aguardar preços no mínimo no patamar que foi praticado
em novembro e dezembro de 2019. Acumularam prejuízos no decorrer de 2019 e com
a escalada do dólar frente ao real ao longo do ano passado, arcam agora com uma
forte alta nos fertilizantes, defensivos e combustíveis.

Com o grande volume de café que ainda temos de embarcar,
mais uma vez vamos chegar ao final de um ano-safra, em junho próximo, sem
estoques remanescentes.

São boas as chuvas que começaram no final de novembro. Essas
chuvas devem propiciar que nossa safra 2020/2021 seja de fato de ciclo alto,
mas não uma safra recorde, acima da de 2018. O consumo no Brasil e no mundo
continua crescendo e teremos de usar toda nossa safra 2020/2021 para atender
nossas exportaçoes e o consumo interno brasileiro no novo ano-safra que se
inicia em julho próximo. Em 2021 nossa safra será de ciclo baixo.

O reaquecimento da economia brasileira – e,
consequentemente, do consumo – deverá fazer de 2020 um ano propício a novos
investimentos no mercado brasileiro de cafés, principalmente os especiais. É o
que aponta o estudo “The Brazilian Coffee Market”, recém-concluído pelo banco
holandês Rabobank.

O estudo indica que a receita com as vendas de cafés –
especiais e tradicionais -, deverá crescer 34,2% (US$ 3,4 bilhões) no país
entre 2019 e 2024. É o equivalente a 66% do crescimento projetado para toda a
América Latina no período. Em 2018, esse mercado movimentou US$ 10 bilhões. O
consumo de cafés especiais no Brasil deverá crescer 22% este ano, em linha com
a média registrada desde 2017, para 1,2 milhão de sacas. Em 2023, o estudo do
Rabobank projeta que o volume deverá alcançar 1,8 milhão de sacas. Considerando
o mercado como um todo, a expectativa é que o consumo no país tenha encerrado 2019
em aproximadamente 21,5 milhões de sacas e chegue a 22,1 milhões em 2020 – um
crescimento de 2,8% (fonte: VALOR ON LINE).

Até dia 23 os embarques de janeiro estavam em 1.415.707
sacas de café arábica, 27.822 sacas de canéfora (conilon), mais 108.146 sacas
de café solúvel, totalizando 1.551,675 sacas embarcadas, contra 1.413,060 sacas
no mesmo dia de dezembro. Até o mesmo dia 23, os pedidos de emissão de
certificados de origem para embarque em janeiro totalizavam 2.698.709 sacas,
contra 2.389.709 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 17,
sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 24, caiu nos contratos para entrega
em março próximo 200 pontos ou US$ 2,65 (R$ 11,09) por saca. Em reais, as
cotaçoes para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 17 a R$ 617,74
por saca, e hoje dia 24 a R$ 609,64. Hoje, sexta-feira, nos contratos para
entrega em março a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 245 pontos.

(Fonte: Café Point)