CAFÉ/OIC: PAÍSES EXPORTADORES TÊM GRANDES ESTOQUES PARA MÊS “CRÍTICO” DE JULHO

As
exportaçoes mundiais de café tiveram um “forte” aumento em junho na
comparação com o mesmo mês do ano passado, levando os importadores a ficarem
abastecidos para mês “crítico” de julho.

As exportaçoes mundiais de café tiveram um “forte”
aumento em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado, levando os
importadores a ficarem abastecidos para mês “crítico” de julho. O
Brasil, no entanto, apesar de ser o maior produtor e vendedor externo da
commodity, viu seu comércio para fora do País cair pelo segundo ano
consecutivo. Além disso, ainda podem ocorrer geadas em algumas áreas do Brasil
e um possível surto de ferrugem em outros países, levando a preocupaçoes com a
oferta.

Estas avaliaçoes foram todas feitas pela Organização
Internacional do Café (OIC) por meio do relatório mensal da entidade de junho,
divulgado hoje. A sede da OIC fica em Londres e conta, desde maio, com uma nova
direção. De acordo com a instituição, as exportaçoes globais em junho foram de
10,9 milhões de sacas, o que representa um aumento de 8,8% ante igual mês de
2016 e um aumento dos estoques nos países importadores da commodity. “Por
isso, o mercado do café estará bem fornecido no mês crítico de julho, quando as
geadas continuam sendo possíveis no Brasil”, observou a OIC no documento.

A Organização também informou que, nos oito meses do ano
cafeeiro de 2016/17 (outubro a maio), as exportaçoes totais ficaram 3,9 milhões
de saca acima das remessas do mesmo período do ciclo anterior, quando
totalizaram 77,4 milhões de sacas.

 
Brasil

Já as exportaçoes do Brasil, nos oito meses da safra
2016/17, diminuíram pelo segundo ano consecutivo. De acordo com a OIC, as
vendas externas do país foram de 22,7 milhões de sacas em 2016/17, uma redução
de 5,9% na comparação com a safra anterior. “No entanto, a diminuição foi
menor do que o esperado, apesar da colheita relativamente pobre”, trouxe o
relatório da OIC.

A entidade observou que, além de os exportadores se basearem
nos fortes estoques existentes para fazerem seus negócios, o reduzido volume de
vendas brasileiras foi compensado por embarques em outros países.
“Notavelmente, Colômbia, Etiópia, Honduras, Indonésia, Peru e Uganda atuam
para preencher um potencial hiato de abastecimento.” O documento cita que
a Colômbia aumentou suas vendas para 9,2 milhões de sacas no período, 7,2% a
mais que de outubro de 2015 a maio do ano passado. No caso da Indonésia houve,
de acordo com a OIC, um “impressionante” aumento de 2,3 milhões de
sacas, o que representa uma elevação 60% em relação ao período anterior. Em
Honduras, as exportaçoes ficaram 30% maiores do que em 2015/16. “Como
resultado dos altos volumes de exportação até agora durante este ano cafeeiro e
o acúmulo de grandes estoques nos países importadores, o mercado permanece bem
abastecido. A queda súbita dos preços durante a terceira semana de junho parece
ter sido desencadeada pelo movimento de café e outras soft commodities”,
avaliou a OIC. “No entanto, no mês de julho, ainda existe um risco
residual de geada potencial no Brasil, afetando as perspectivas para a próxima
safra. Da mesma forma, possíveis surtos de ferrugem nos cafezais em países,
como Honduras, pode aumentar as preocupaçoes com a oferta no mercado”, concluiu.

(Fonte: Revista Cafeicultura)