CAFÉ DESTAQUE DE LAVOURA – MONITORAMENTO DA QUALIDADE DOS TALHÕES

Você conhece o café de destaque da sua lavoura? Para isso, é
muito importante monitorar a qualidade dos talhões.

Você já fez o monitoramento daquela variedade que todo ano
te surpreende na bebida? Aquela que todo ano se destaca nas notas, que faz sol,
chuva, vento e ela, na hora da degustação, sempre recebe uma super nota, que
ano a ano chama atenção de todos?

Se você já sabe, já está um passo a frente, mas se ainda
não, busque e identifique o mais rápido essa variedade!

O produtor que não possui histórico da qualidade dos talhões
acaba prejudicado quando falamos em qualidade de bebida. Portanto, conhecer e
monitorar são atitudes essenciais do cafeicultor que almeja melhorar a
qualidade da lavoura e da bebida.

– Território

– Clima

– Microclima

– Variedade

 

Estes fatores estão ligados uns aos outros e o produtor não
tem controle sobre eles, mas se fizer o monitoramento, será possível
identificar quais são seus principais talhões com potencial em qualidade.

Já sabemos que o tempo de maturação é superimportante, pois
estamos falando de um fruto e, quanto maior sua maturação, melhor vai ser sua
qualidade. Nesses anos que faço o monitoramento, percebi que certas variedades
estão se destacando, tanto no vigor da lavoura quanto:

– Na bebida

– No aspecto

– Peneira, ou seja, uma melhora geral

Uma observação: não existe uma variedade específica. Pode
ser qualquer uma, independente da genética, cruzamento e seleção. É como se a
variedade tivesse se tornado nativa, ou seja, ela se adaptou e foi tão bem
tratada que não parece ser uma espécie exótica, mas sim natural daquele
território.

Acredito que o cafeeiro, quando bem conduzido, entrega o seu
melhor fruto!

Dicas para quem quer conhecer o talhão potencial da lavoura:

– 15 dias antes da colheita, escolha os cafeeiros que estão
com um percentual de grãos maduros e retire uma amostragem de 30 litros de cada
talhão;

– Seque cada lote separado (sei que dá um pouco de trabalho,
mas vai valer a pena);

– Marque a variedade, quantidade de pés do talhão, e etc.
Quanto mais informaçoes sobre eles, mais rico tornará seu histórico;

– Após a seca dos lotes, acredito que no máximo 23 dias já é
possível ter uma amostra dos talhões e poderá levar para um profissional provar
e analisar a característica sensorial cada lote;

Dessa forma, o cafeicultor saberá se pode misturar lotes ou
se deve dar um pouco mais de atenção no terreiro, por exemplo.

Sei que cada ano tem sua peculiaridade, portanto, o produtor
que procura entender como funciona a planta deve monitorar e agir na hora
certa. Com os tratos corretos, vai andar mais perto da qualidade.

LEONARDO CUSTÓDIO – Técnico em Cafeicultura, supervisor de qualidade da empresa
Agro Fonte Alta, Q-Grader e mestre de torra

(Fonte: Café Point)