
BRASIL PROPÕE ESTRATÉGIAS PARA DIMINUIÇÃO DE CO²
Por José Luiz Tejon Megido
O assunto “meio ambiente e mudanças climáticas” não poderá
jamais ser desprezado. Basta ver que o planeta Terra é o mesmo há milhões de
anos, e será ocupado por cerca de 10 bilhões de pessoas que disputarão espaços,
ondas magnéticas, alimentos, água, ar, e que vai gerar monumentais volumes de
lixo, além dos abissais desperdícios, como por exemplo, alimentos.
A 24º conferência das partes da Convenção das Naçoes Unidas
sobre Mudanças Climáticas (COP24) aconteceu na Polônia, em dezembro de 2018 –
aliás, um dos países admirados, citado pelo nosso novo Chanceler Ernesto Araújo
– e lá, o nosso secretário de Mudança do Clima e Florestas do Ministério do
Meio Ambiente, Thiago Mendes, fez sucesso revelando o progresso brasileiro em
açoes concretas, por empresas e governo, registrando a diminuição do
desmatamento nos últimos dez anos, que cai de 20 mil k² para 7,9 mil k² ao
ano.
Nos termos do Acordo de Paris, todos os países se
comprometeram a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, para limitar o
aumento médio da temperatura global abaixo de 2ºC e o mais próximo possível de
1,5ºC.
Temos muito a fazer nos nossos seis biomas: pampa, mata
atlântica, caatinga, cerrado, pantanal e Amazônia. Estados como Mato Grosso e
Tocantins têm decrescido o desmatamento ilegal de forma considerável, na casa
de 80% nos últimos 15 anos.
Na Polônia, apresentamos 42 projetos, com a participação da
sociedade civil, possibilitando diminuição da emissão de dióxido de carbono –
CO². Dentre eles, que consideramos vital e estratégico para o Brasil, será o
crescimento do sistema de Integração de Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), e
como o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli tem dito e trabalhado, o
produtor rural do futuro será também produtor de água; um gestor da água com irrigação
sustentável administrada.
Uma das iniciativas do Brasil não foi aprovada, que era criar
um mecanismo de incentivo às açoes da iniciativa privada sobre a diminuição do
aquecimento global. Ideia com a qual concordo totalmente, pois a soma do PIB das
cinco mil maiores corporaçoes privadas do planeta as coloca dentro das três
maiores economias do mundo.
E, sem dúvida, seremos cada vez mais dependentes de uma forte
governança das corporaçoes, que impactam hoje muito mais do que os governos.
Portanto, o Brasil precisa insistir no mecanismo de estímulo
às iniciativas privadas na emissão de CO². Não adianta querer cair fora, ao
contrário, do lado de dentro desse movimento teremos muito mais oportunidades
do que a soma das dificuldades.
Por José Luiz Tejon
Megido, mestre em Educação Arte e História da Cultura pelo Mackenzie, doutor em
Educação pela UDE/Uruguai e membro do Conselho Científico Agro Sustentável
(CCAS).
(Fonte: Café Point)