24 DE MAIO, DIA NACIONAL DO CAFÉ


Silas Brasileiro – Presidente Executivo do CNC

Nesta sexta-feira, 24 de maio, celebramos o Dia Nacional do
Café, a bebida mais querida dos brasileiros e a segunda mais consumida no país,
atrás apenas da água.

A importância histórica que o café tem para o Brasil é
notória. O produto foi a principal fonte de riquezas ao longo de muitos anos,
sendo responsável pelo processo de industrialização e modernização do país.

Os dias atuais têm sido desgostosos ao setor, principalmente
aos produtores, diante dos baixos preços oferecidos no mercado e dos elevados custos
de produção. Entretanto, temos motivo para celebrar a data.

O Brasil, por meio dos investimentos em pesquisa e
tecnologia, realizando assistência técnica e extensão rural, mantém-se na
liderança da produção mundial, tendo avançado de oito sacas para 33 sacas por
hectare em produtividade.

Nosso país também encabeça o ranking da exportação, com um
market share de aproximadamente 35%, e é o segundo maior consumidor da bebida,
absorvendo 40% do que produz e situando-se logo após o líder Estados Unidos.

Somos o país mais sustentável na produção, dando exemplo de
preservação ambiental, gerando milhões de empregos ao ano no aspecto social e,
com a implantação de inovaçoes e tecnologias, somos a nação mais competitiva no
lado econômico.

Para preservarmos essa vanguarda, aprovamos, este ano, no
Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café – CDPD/Café do Conselho
Deliberativo da Política do Café (CDPC), 95 propostas, as quais estão
distribuídas em 11 desafios de inovação tecnológica (saiba mais) que foram
orientados e aprovados pelo CNC e demais entidades da cadeia produtiva no final
de 2017.

Os projetos serão desenvolvidos nos próximos quatro anos,
envolvendo a aplicação de R$ 27,12 milhões do Fundo de Defesa da Economia
Cafeeira (Funcafé) nesse período.

Não obstante nosso empenho em pesquisas para a
sustentabilidade do setor, também temos aprovado consecutivos orçamentos
recordes do Funcafé, que, para a safra 2019, disponibilizará R$ 5,071 bilhões.

O orçamento atual do Fundo será importante para os
cafeicultores escoarem sua produção ao longo de toda a safra, evitando
comercializaçoes nos momentos de preços mais aviltados.

As linhas de financiamento voltadas à produção totalizam
aproximadamente R$ 3,5 bilhões e possibilitarão a entrada ordenada de cerca de
10 milhões de sacas no mercado, mitigando os impactos das baixas cotaçoes aos
produtores.

O CNC também tem realizado uma série de atividades que
possibilitem a redução dos custos produtivos aos produtores, como o 1º Workshop
Café com Tecnologia, oportunidade em que foram apresentadas as tecnologias
desenvolvidas pelo Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café,
avaliada a possibilidade de parcerias com as nossas cooperativas e elencadas as
demandas tecnológicas consideradas prioritárias.

Constituímos um grupo com representantes cooperativistas e
das instituiçoes de pesquisa, que será responsável por direcionar os trabalhos
voltados a atributos positivos de redução de custos, aumento de produtividade e
melhoria da qualidade da bebida, tendo como foco prioritário a cafeicultura de
montanha do Sul de Minas Gerais, região mais afetada pela queda dos preços em
razão do seu elevado custo para o cultivo.

Também participamos da audiência pública da Frente
Parlamentar do Café para discutir as atuais dificuldades enfrentadas pela
cafeicultura nacional. As medidas emergenciais elencadas após o evento envolvem
açoes que garantam preços remuneradores aos produtores na safra 2019, que já
teve os trabalhos de colheita iniciados.

Diante das baixas cotaçoes, o setor privado está trabalhando
junto com o Governo para o desenvolvimento de um mecanismo de mercado que apoie
e permita a geração de renda. Solicitamos ao Ministério da Agricultura, ainda,
o aporte de recursos para a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020, também com o
intuito de apoio à comercialização, haja vista que a safra do ano que vem
possivelmente será de ciclo alto.

Outra medida emergencial determinada se refere à repactuação
do passivo dos produtores. Nesse sentido, reunimo-nos com o secretário
executivo do Mapa, Marcos Montes, que informou que o governo deverá anunciar
medidas para facilitar a renegociação em breve e que a ministra Tereza Cristina
tem empenhado grande esforço para buscar soluçoes para a dívida de um setor que
tem muita importância dos pontos de vista econômico e social ao Brasil.

Mesmo diante das adversidades que sempre enfrentamos, jamais
deixaremos de trabalhar em prol de uma cafeicultura brasileira cada vez mais
sustentável e, com os avanços e conquistas que alcançamos e alcançarmos, termos
motivos para, ano a ano, celebrarmos o Dia Nacional do Café!

(Fonte: CNC)