
ALTA NOS PREÇOS AINDA NÃO REMUNERA DIGNAMENTE OS CAFEICULTORES
Boletim semanal Escritório Carvalhaes – ano 86- nº 48
O mercado de café continua firme e comprador. Os contratos
de café na ICE Futures US, em Nova Iorque, tiveram mais uma semana de forte
alta, apesar do feriado do dia de Ação de Graças ontem, nos EUA, quando a ICE
não trabalhou. Os contratos com vencimento em março próximo somaram 340 pontos
de alta no período, equivalentes a 25 reais por saca. Desde 10 de outubro,
quando esse movimento se iniciou com os contratos para março valendo US$ 0,9715
por libra peso, esses contratos, que fecharam hoje a US$ 1,1905 por libra peso,
subiram 2,190 pontos, equivalentes a 136 reais por saca.
Desde o início desta recuperação, o mercado físico brasileiro
mostrou-se sempre comprador e com muito apetite por todos os tipos de café. A
procura maior foi sempre pelos arábicas de boa qualidade a finos, que subiram
ao redor de 100 a 110 reais por saca ao longo destes 50 dias. Apesar de mais
brandas, tivemos recuperação nas bases de preços de todos os padrões de café
produzidos no Brasil.
O excelente desempenho das exportaçoes brasileiras em 2019,
que deverão ultrapassar quarenta milhões de sacas de 60 kg no ano, um novo
recorde histórico; a forte procura nos últimos dois meses por novas compras
pelos importadores de café brasileiro; a certeza de que a atual safra
brasileira 2019, de ciclo baixo, foi ainda menor e de pior qualidade do que o
inicialmente estimado; as mudanças na economia brasileira com inflação baixa,
juros baixos e boa oferta de crédito, que permitem aos produtores brasileiros
venderem a produção com calma, aproveitando os bons momentos; os repetidos
problemas climáticos que já comprometem o volume inicialmente estimado de nossa
próxima safra 2020, de ciclo alto; a necessidade, crescente a cada ano, de
cafés brasileiros para compor os “blends” nos países consumidores; o forte
crescimento de consumo no continente asiático; tudo contribui para o reajuste
atual.
Em nossa opinião, essa alta permite que os cafeicultores
brasileiros “respirem”, mas ainda não remunera dignamente o imenso esforço, os
riscos e os investimentos, a cada ano maiores, dos produtores de café no
Brasil. Os cafeicultores ficam com uma fatia muito pequena da imensa riqueza gerada
pelo café em todo o mundo.
Cresce, a cada ano, o interesse dos cafeicultores
brasileiros pela produção de cafés gourmets e especiais. Os concursos se
multiplicam e estão se espalhando por todo o Brasil. Hoje, em Santos, na sala
de pregão do Palácio Oficial da Bolsa de Café de Santos, tombado como
patrimônio nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN), será realizada a premiação do 18º Concurso Estadual de Qualidade do
Café de São Paulo.
Onze produtores paulistas, premiados no concurso, serão
anunciados e saberão o valor oferecido pelas sacas de seus cafés no leilão que
foi realizado pela Câmara Setorial de Café do Estado de São Paulo. Treze
empresas – torrefaçoes e cafeterias – vão entregar aos produtores os seus lances
compradores e, assim, todos conhecerão e poderão aplaudir os compradores desses
cafés premiados, que, em seguida, serão industrializados e identificados com
etiquetas especiais, para ganharem o mercado como a EDIÇÃO DOS MELHORES CAFÉS
DE SÃO PAULO – 2019.
Esta é a forma pela qual, há 18 anos, a Câmara Setorial de
Café do Estado de São Paulo estimula a melhoria da qualidade e a agregação de
valor aos grãos paulistas.
Até dia 28, os embarques de novembro estavam em 1.812.272
sacas de café arábica, 120.459 sacas de café conilon, mais 186.791 sacas de
café solúvel, totalizando 2.119.522 sacas embarcadas, contra 1.332.587 sacas no
mesmo dia de outubro. Até o mesmo dia 28, os pedidos de emissão de certificados
de origem para embarque em novembro totalizavam 2.995.744 sacas, contra
2.632.543 sacas no mesmo dia do mês anterior.
A bolsa de Nova Iorque (ICE) do fechamento do dia 22,
sexta-feira, até o fechamento de hoje, dia 29, subiu, nos contratos para
entrega em março próximo, 340 pontos ou US$ 4,50 (R$ 19,08) por saca. Em reais,
as cotaçoes para entrega em março próximo na ICE fecharam, no dia 22, a R$
641,30 por saca, e hoje, dia 29, a R$ 667,71. Hoje, sexta-feira, nos contratos
para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 60 pontos. No
mercado firme de hoje são as seguintes cotaçoes nominais por saca para os cafés
verdes do tipo 6 para melhor, safra 2019/2020, condição porta de armazém:
R$560/580,00 – CEREJA DESCASCADO – (CD), BEM PREPARADO.
R$530/550,00 – FINOS A EXTRA FINOS – MOGIANA E MINAS.
R$520/530,00 – BOA QUALIDADE – DUROS, BEM PREPARADOS.
R$460/480,00 – DUROS COM XÍCARAS MAIS FRACAS.
R$400/420,00 – RIADOS.
R$370/390,00 – RIO.
R$400/420,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: DURA.
R$380/400,00 – P.BATIDA P/O CONSUMO INT.: RIADAS.
DÓLAR COMERCIAL DE SEXTA-FEIRA: R$ 4,2400 PARA COMPRA.
(Fonte: Café Point)