SAFRA DE CAFÉ DEVE CAIR 20% NESTE ANO, DIZ CONAB

Os cafezais foram afetados pela incidência de altas
temperaturas, ao mesmo tempo em que o ciclo vegetativo sofreu com a falta de
chuvas em um período importante do desenvolvimento da cultura

A safra brasileira de café deste ano, cuja colheita está
praticamente encerrada, deve atingir 48,9 milhões de sacas de 60 quilos,
representando queda de 20,5% em comparação com 2018, que foi recorde de 61,6
milhões de sacas. Os números fazem parte do 3º levantamento da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 17.

Em relação ao levantamento anterior, de maio, quando a
produção foi projetada em 50,9 milhões de sacas, houve queda de 1,9 milhão de
sacas, ou menos 3,8%. Conforme os pesquisadores, a bienalidade negativa,
principalmente do café arábica, e as más condiçoes climáticas prejudicaram as
lavouras.

De acordo com a pesquisa, os cafezais foram afetados pela
incidência de altas temperaturas, ao mesmo tempo em que o ciclo vegetativo
sofreu com a falta de chuvas em um período importante do desenvolvimento da cultura,
o que fez com as estimativas de rendimento médio fossem ainda menores.

Quanto à área em produção, os números esperados continuam
inferiores aos do ano passado, com diminuição de 2,8% e alcance de 1,8 milhão
de hectares. O estudo atribui este fato também à bienalidade negativa, já que
os produtores aproveitam este período para realizar tratos culturais nas
lavouras e, desta forma, reduzem a área em produção.

Arábica e conilon

A safra de café arábica, que representa cerca de 70% do
total, está estimada em 34,4 milhões de sacas, uma redução de 27,4% em
comparação com a safra de 2018, de 47,48 milhões de sacas.

Maior produtor de café no país, Minas Gerais deve colher uma
safra menor este ano de 24,5 milhões de sacas, com redução de 26,5%. “Isso é
reflexo da diminuição da área em produção e menor rendimento médio da cultura
em todas as áreas produtivas”, informa a estatal.

Já a safra de café conilon deve alcançar 14,5 milhões de
sacas, mas com aumento de 2,5% frente ao mesmo período, de 14,17 milhões de
sacas. “Essa projeção se deve, sobretudo, à expectativa de aumento na produção
do Espírito Santo, que aumentou área e apresentou maiores estimativas de
produtividades médias”, disse a Conab em boletim.

Os demais estados produtores, da mesma forma, projetam o
efeito negativo do fenômeno da bienalidade, com queda de produção em comparação
com o alcançado na safra passada, com exceção de Goiás e Mato Grosso que
obtiveram crescimento de produção de cerca de 21% e 16%, respectivamente. Na
sequência de maior produção de sacas beneficiadas vêm São Paulo (4,3 milhões),
Bahia (2,8 milhões), Rondônia (2,1 milhões), Paraná (950 mil), Rio de Janeiro
(276 mil), Goiás (236 mil) e Mato Grosso (121 mil).

Confira aqui o boletim completo.

(Fonte: Canal Rural)