
DÉFICIT HÍDRICO E O PREJUÍZO CAUSADO NAS LAVOURAS DE CAFÉ DO SUL DE MINAS
A Cooperativa Central dos
Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais (Coccamig) que representa 15
cooperativas ligadas à cafeicultura, acompanha com grande apreensão o déficit
hídrico que atingiu grande parte do Sul de Minas. Por conta dessa preocupação
e, para buscar entender melhor o cenário envolvendo a falta de chuvas e seus
reflexos, a Coccamig reuniu as equipes técnicas das cooperativas associadas,
que destacaram importantes pontos envolvendo o assunto.
O ano de 2020 começou com chuvas
regulares até o mês de março, sendo que após esse período foram registrados
baixos e irregulares índices pluviométricos, muito inferiores à média
histórica, com o agravante de temperaturas acima de 33ºC no mês de setembro.
Segundo Marco Valério Araújo
Brito, presidente da Coccamig, “os impactos negativos devido às condiçoes
climáticas poderão comprometer a próxima safra, com lavouras apresentando danos
de maior ou menor intensidade, de acordo com alguns fatores, como: presença de
matéria orgânica e cobertura do solo, tipo de solo, manejo nutricional do
cafeeiro, idade da lavoura, ocorrência de pragas como bicho-mineiro, entre
outros.”
O presidente da Coccamig destaca
ainda que “os departamentos técnicos das associadas avaliaram diversas regiões
e os relatos são bem similares, o que demonstra maiores chances de termos
sérias consequências na produtividade da safra 2021 e, possivelmente, 2022”.
João Emygdio Gonçalves, diretor
presidente da Coopama, com matriz em Machado MG, comenta que “na área de
atuação da Coopama que abrange mais de 10 municípios, ocorreu uma seca
desproporcional aos costumes da região que, somada à bienalidade negativa,
poderá acarretar em uma queda significativa da produção, se comparada à última
safra. Outra preocupação é em relação aos cereais, que tiveram a janela
afunilada para uma segunda safra por conta do atraso no plantio”.
José Márcio, presidente da
Coopercam, com sede em Campos Gerais, informa que “devido ao longo período de
estiagem, as lavouras novas com potencial produtivo foram duramente atingidas,
cresceram pouco e perderam folhas, tendo como consequência uma queda acentuada
na produção para 2021”.
Renato José de Melo,
superintendente da Coomap, com sede em Paraguaçu MG, afirma que “em 2021 haverá
o efeito da bienalidade negativa, que automaticamente já impacta na
produtividade, com a falta de chuvas regulares, resultará em uma diminuição
ainda maior na quantidade dos cafés produzidos na região de Paraguaçu, tendo
possivelmente o impacto de toda essa situação estendido até 2022.”
Resumidamente, destaca-se o
seguinte cenário:
1- A safra de café 2020 superou
as expectativas, a produção foi excelente, exigindo muito do cafeeiro;
2- Em 2021 teremos o efeito da
bienalidade negativa nas lavouras;
3- O déficit hídrico prejudicou
muito o desenvolvimento vegetativo das plantas de café;
4- O Stress da colheita, somado
ao stress hídrico, impulsionou um aumento da poda, esqueletamento e recepa;
5- Todos os tratos culturais
sofreram atraso, principalmente a adubação;
6- Houve aumento na incidência de
pragas, especialmente do bicho mineiro;
7- Todos esses fatores juntos
deverão impactar na produtividade da safra 2021 e certamente da safra 2022.
A Coccamig continua atenta aos
reflexos desses impactos negativos para a cafeicultura da região, e se coloca à
disposição para quaisquer esclarecimentos e informaçoes.
(Fonte – Equipe de Comunicação
Coccamig)