No próximo mês, a Coca-Cola Brasil, uma das maiores multinacionais do mundo,
lançará o Café Leão, um produto 100% brasileiro. O blend será composto por uma
mistura dos grãos do Cerrado Mineiro e das montanhas do Espírito Santo, com uma
produção realizada por pequenos e médios produtores destas duas regiões. A
expectativa da empresa é que a demanda pelo produto dobre nos próximos cinco
anos.
De acordo com o analista de mercado Marcus Magalhães, em entrevista para o
portal Canal Rural, a notícia veio para coroar todo o trabalho que os
produtores de café especial têm feito nas lavouras. Além de provar, para todos,
que o país não precisa importar café.
"A conclusão que a gente chega é de que o consumidor
não aceita mais beber café pelo simples fato de ser preto e quente. Ele tem que
ter aroma, sabor, uma história, um algo a mais para oferecer", disse. Para
os produtores que têm qualidade, esse "algo a mais" está relacionado
a uma melhor rentabilidade da atividade.
Segundo Magalhães, o mundo consome 150 milhões de sacas de café por ano, entre
conilon e arábica. Desse total, em 2016, 22 milhões de sacas foram negociadas
com algum tipo de certificação, número que mostra um grande interesse pelo
segmento. "O produtor que não enxergar isso vai vender o produto como
commodity. Os que enxergarem terão uma grande janela de oportunidade e serão
melhor remunerado na atividade", explicou.
Em relação ao preço do produto, o analista acredita que a
cafeicultura, no geral, tem a ganhar com o investimento da Coca-Cola no país.
Mas faz um alerta aos agricultores que ainda não têm certificação de qualidade:
"Essa história de produzir qualquer café para vender para qualquer um e a
qualquer preço é passado. O futuro da atividade está dissertado na qualidade,
na certificação e no profissionalismo, concluiu.
(Fonte: Café Point)