O Conselho Nacional do Café (CNC) levou na semana passada
uma solicitação para a Embrapa Café para a ampliação dos recursos voltados à
pesquisa cafeeira. A ideia foi protocolada juntamente com a Secretaria
Executiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Para Silas Brasileiro, presidente do CNC, a inovação
tecnológica irá continuar ocorrendo no setor, e é fundamental que sejam
disponibilizados R$ 15 milhões anuais do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira
(Funcafé) ao Consórcio Pesquisa Café a partir de 2019.
“Essa dotação orçamentária viabilizará a continuidade do
programa de pesquisa e transferência de tecnologias desenvolvidas pelo
Consórcio Pesquisa Café, que foi aprovado pelo Conselho Deliberativo da
Política do Café, o CDPC”, comenta.
Silas recorda que o investimento em pesquisa visando à
geração e à transferência de novas tecnologias aos cafeicultores é
imprescindível para que o Brasil possa se manter na liderança da produção
mundial de café, avançando em qualidade e competitividade.
“A situação é crítica, haja vista que nossos concorrentes
têm obtido saltos impressionantes em produção e produtividade de café graças ao
investimento de seus governos em pesquisa e transferência de tecnologia. As
estatísticas da Organização Internacional do Café ilustram esse cenário”,
alerta o deputado.
De acordo com a OIC, entre 2012 e 2017, países como Vietnã,
Colômbia, Uganda e Honduras apresentaram crescimentos significativos em suas
produções. Os vietnamitas elevaram em 26%, chegando a 29,5 milhões de sacas no
ano passado. Na sequência, os colombianos produziram 14 milhões de sacas
(+41%), os hondurenhos cultivaram 8,3 mi/scs (+78%) e os ugandenses, que
ampliaram a safra em 30% e chegaram a 5,1 milhões de sacas.
O presidente do CNC acredita que essas iniciativas são uma
ameaça para as cotações internacionais do café. “São ações que tendem a levar à
depreciação dos preços no mundo, o que torna urgente nossos investimentos em
pesquisa e tecnologia visando à redução de custos e ao aumento da produtividade
e da qualidade dos cafés do Brasil para que possamos continuar competitivos”,
recomenda.
O deputado conclui argumentando que “frente aos riscos que
se apresentam no cenário internacional, este orçamento representa um custo
pequeno em relação aos benefícios que serão gerados ao Brasil”.
(Fonte: Café Point)